RAIA
Uma linha
é só uma linha,
chamem-lhe muro,
fronteira, raia,
divisória,
as gentes não se dividem
como gado na cortelha
Gentes unem-se
mesmo falando
linguajares diferentes,
Gentes não ligam a senhores
que de gentes nada percebem
traçando linhas
nos rios que passam
em todas as aldeias
Gentes querem juntar-se
ao fim do dia
dividindo pão e vinho,
queijo e azeitonas
pelas suas mãos produzidos
a querer o além montanha
Gentes olham o céu comum
viajando com as estrelas
para além do tempo
em que tudo era comum
Maria Olinda Sol
Sem comentários:
Enviar um comentário